Exposição “Coleção Luiz Carlos Ritter”, Pinakotheke

Tarsila do Amaral, Frans Post, Guignard, Portinari, Morandi, Renoir, Di Cavalcanti, Volpi, Pancetti, Lygia Clark e Helio Oiticica são alguns dos artistas com obras do colecionador gaúcho radicado no Rio de Janeiro, que agora chegam ao público em formato de livro e exposição.

A Pinakotheke Cultural, em sua sede do Rio de Janeiro, irá lançar, no próximo dia 5 de setembro de 2022, o livro Coleção Luiz Carlos Ritter (Edições Pinakotheke), bilíngue (português/inglês), com 304 páginas, formato 23cm x 31cm, e textos de Nélida Piñon, Ana Cristina Reis, Vanda Klabin, Clelio Alves, Ricardo Linhares, e uma conversa entre Max Perlingeiro – que organizou e planejou o livro e a exposição – ,e o colecionador Luiz Carlos Ritter.

Lygia Clark (1920-1988) - 3 esculturas da série BichosLygia Clark (1920-1988) Bicho - Pássaro do Espaço - Pequeno, 1961-1962, dobradura alumínio articulado 25,0 x 25,0 x 25,0 cm
Lygia Clark (1920-1988), da série Bichos, 1960, dobra alumínio 35,8 x 36,0 x 0,7 cm
Lygia Clark (1920-1988) Bicho - Pássaro do Espaço - Pequeno, 1961-1962, dobradura alumínio articulado 25,0 x 25,0 x 25,0 cm

De uma família de cervejeiros gaúchos – que fundaram em meados do século 19 duas das mais importantes cervejarias do Rio Grande do Sul – Luiz Carlos Ritter, que mora no Rio de Janeiro desde a infância, iniciou em 1983 uma coleção que atualmente soma centenas de obras, de grandes nomes da arte brasileira e internacional, bastante abrangente, do século 17 ao 21.

Um dos maiores emprestadores de obras para exposições no Brasil e no exterior, Luiz Carlos Ritter agora torna público um conjunto expressivo de suas peças no livro editado pela Pinakotheke, com imagens e fichas técnicas de pinturas, desenhos, aquarelas e gravuras de grandes artistas, como Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti Candido Portinari, Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Candido Portinari, José Pancetti, além de nomes como Frans Post, Giorgio Morandi, Pierre-Auguste Renoir, e ainda de Lygia Clark e Hélio Oiticica.

Emiliano Di CavalcantiVaso com flores, circa 1940, Emiliano Di Cavalcanti
Vaso com flores, década de 1940, Emiliano Di Cavalcanti

O livro traz textos de amigos próximos e conhecedores de sua coleção, que inclui um jardim de esculturas em uma propriedade da família em Guarapari, Espírito Santo, com grandes nomes da arte.

Para marcar o lançamento do livro, a Pinakotheke montou uma exposição com 60 obras da Coleção Luiz Carlos Ritter. Seguindo as paixões do colecionador, a mostra terá flores e naturezas mortas de Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Alberto da Veiga Guignard, Candido Portinari, José Pancetti, Maria Leontina, Milton Dacosta, Victor Meirelles; e paisagens de Frans Post, Eliseu Visconti, Nicolau Antônio Facchinetti, Giovanni Battista Castagneto, João Batista da Costa.

Auguste Renoir e José PancettiPierre-Auguste Renoir (1841- 1919), Trois Pommes, óleo tela 18,0 x 27,0 cm
José Pancetti (1902-1958), Mangas, 1954 óleo tela 47,5 x 57,0 cm

O modernismo, outro núcleo importante da Coleção Luiz Ritter, é representado no livro e na exposição por obras de Guignard, Volpi, Portinari, Di Cavalcanti, e Flávio de Carvalho.

Na categoria estrangeiros, estarão obras de Giorgio Morandi, Alfred Sisley, Joaquín Torres García e Pierre-Auguste Renoir.

A Coleção Luiz Ritter também tem importantes obras de artistas contemporâneos, como Lygia Clark e Hélio Oiticica, que também integram o livro e a mostra.

Gauchismo

Um capítulo do livro é dedicado a artistas gaúchos, que também terão obras expostas na Pinakotheke: Iberê Camargo e Pedro Weingärtner.

Nicolau Antônio Facchinetti (1824-1900) Enseada da Glória, 1898 óleo tela 19,0 x 44,0 cmNicolau Antônio Facchinetti (1824-1900) Enseada da Glória, 1898 óleo tela 19,0 x 44,0 cm

Em meio à Arte

Luiz Carlos Ritter cresceu em meio a obras de arte, graças a seus pais – a quem o livro é dedicado – que embora não fossem colecionadores tinham boas obras, adquiridas no pós-guerra. Pancetti, Guignard, o gaúcho Angelo Guido, e até mesmo uma escultura de Aleijadinho, exibido pela primeira vez na exposição “Imagens do Aleijadinho”, no Museu de Arte de São Paulo, em 2018, eram artistas com quem ele “conviveu”. 

Emiliano Di Cavalcanti e Flávio de Carvalho

Emiliano Di Cavalcanti (1897- 1976), Nu feminino, década de 1920, aquarela e crayon papel 18,5 x 12,5 cm
Flávio de Carvalho (1899-1973), Figura feminina, 1971, aquarela papel 70,0 x 50,0 cm

Primeiro Quadro

O primeiro quadro que marcou o futuro colecionador, e que o “acompanha até hoje”, é “Paisagem de Sete Lagoas”, do pintor mineiro Inimá de Paula. Passando em frente à Galeria Bonino, na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, em 1983, Luiz Carlos Ritter foi atraído pela montagem de uma exposição, e esta pintura estava sendo instalada na vitrine. Ele voltou à noite, para a abertura da exposição, e conversou muito com a proprietária da galeria, Giovana Bonino. Como o quadro era muito caro para ele à época, “ela me financiou”. “É curioso porque da primeira obra o colecionador nunca esquece, nos mínimos detalhes.

Hélio Oiticica (1937-1980)

Hélio Oiticica (1937-1980), Metaesquema, 1958, guache cartão 50,0 x 61,0 cm
Hélio Oiticica (1937-1980), Metaesquema - Dual mas nem tanto, 1957, guache papel 44,5 x 53,0 cm

Flores

A convivência com os avós paternos despertou no menino Luiz Carlos o interesse por flores.  Após dois anos de tratamento de tuberculose em um sanatório suíço, o avô paterno, na casa dos quarenta anos, comprou uma chácara afastada da capital, onde o neto, já morando com a família no Rio de Janeiro, passava boa parte de suas férias escolares. Fazia parte da rotina acompanhar o avô “diariamente em suas lides jardineiras”. “Vi meu avô plantando e cultivando muitas flores de clima temperado, algumas inexistentes no Rio de Janeiro, além de árvores frutíferas para a alegria dos passarinhos. Eu ficava dez dias grudado nele, autêntica referência. Isso aconteceu dos meus seis aos dez anos, quando ele faleceu. Depois continuei indo lá visitar a avó e conheci ainda mais flores e árvores floríferas e frutíferas. Lembro-me também de um fato curioso anterior. Quando bem menino, ainda em Porto Alegre, acho que entre meus três e quatro anos, adoeci gravemente e recebia a visita desses avós, que invariavelmente me traziam um pequeno vaso de amor-perfeito, que passou a ser minha flor favorita. Bem mais tarde, tive a alegria de poder adquirir um óleo de Guignard com ‘amores-perfeitos’”, conta Luiz Carlos Ritter.

ritter 2 quadros tarsila e di cavalcanti

Tarsila do Amaral (1886-1973), Natureza-morta com relógios, 1923, óleo tela 46,0 x 55,0 cm
Emiliano Di Cavalcanti (1897- 1976), Natureza-morta, circa 1927, pastel, grafite e crayon cartão 23,0 x 34,0 cm

Para Max Perlingeiro, a Coleção Luiz Carlos Ritter é como uma “coleção viva, em constante mutação”. 

A Pinakotheke já editou livros sobre as coleções Roberto Marinho, Cultura Inglesa, Aldo Franco, Airton Queiroz, Fundação Edson Queiroz, e ainda este ano publicará um livro dedicado à Coleção Igor Queiroz Barroso.

Lançamento do livro e exposição “Coleção Luiz Carlos Ritter”Serviço

Livro Coleção Luiz Carlos Ritter – Ficha técnica
Bilíngue (português/inglês), 304 páginas, formato 23cm x 31cm
Edições Pinakotheke, 2022
Autores: Nélida Piñon, Ana Cristina Reis, Vanda Klabin, Clelio Alves, Ricardo Linhares, e uma conversa entre Max Perlingeiro e Luiz Carlos Ritter.
Organização e Planejamento: Max Perlingeiro
Publisher: Camila Perlingeiro
Preço: R$180
O livro estará disponível nas lojas da Livraria Travessa e Martins Fontes de todo o país, além da Amazon e das sedes da Pinakotheke, no Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza (Multiarte).

Luiz Carlos RitterLançamento do livro e exposição “Coleção Luiz Carlos Ritter”
Visitação pública: 5 de setembro a 24 de setembro de 2022 - PRORROGADA ATÉ DIA 1º DE OUTUBRO DE 2022. 
Pinakotheke Cultural, Rio de Janeiro
Rua São Clemente 300, Botafogo, 22260-004 – Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita
Telefones: 21.2537.7566
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h.

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