O Itaú Cultural encerra o seu calendário de grandes exposições de 2022 com mostra que reflete sobre os últimos cem anos de produção artística brasileira. Ela apresenta artistas em atuação atualmente no Brasil e amplia espaços para identidades preteridas no projeto artístico da Semana de 1922, reforçando a percepção do presente. As obras exibidas datam, em sua maioria, de 2022 e questionam noções de tempo, história, tradição e nação, no atual contexto brasileiro.
Três curadoras assinam a exposição Um século de agora, que o Itaú Cultural abre no dia 17 de novembro e mantém em cartaz até 2 de abril de 2023. A sergipana Júlia Rebouças, a baiana Luciara Ribeiro e a matogrossense Naine Terena de Jesus foram chamadas pela instituição para curar esta mostra, que se insere nas discussões de 2022 sobre a Semana de Arte Moderna. Para puxar este legado em uma releitura que desemboca na prática artística na atualidade no país, elas pesquisaram o que está sendo produzido em algumas regiões do território nacional, a partir de uma multiplicidade de idades, geografias e vivências sociais e políticas.
'Pandora Libertando os Males do Mundo', 1963, Roberto Magalhães, xilogravura, P.A. foto João Luis Musa/Itaú Cultural
Como parte da estratégia de investigação, convidaram um grupo de interlocutores para discutir os conceitos da mostra e compartilhar referências artísticas: Fernando Velázquez, Juma Pariri, Larissa Lacerda, Nuttyelly Cena, Orlando Maneschy, Ué Prazeres e Uelinton Santana Santos.
Idealizada e realizada pelo Núcleo de Artes Visuais do Itaú Cultural, com expografia da arquiteta Isa Gebara, Um século de agora procura abrir terreno para ideias que atravessam a experiência de viver o ano de 22 do século XXI. Nos três andares do espaço expositivo da instituição, a mostra apresenta mais de 70 obras em variados suportes, assinadas por 25 artistas e coletivos de 11 estados brasileiros, cuja produção artística converge na construção de “agoras” e compõe o mosaico da cultura brasileira.
![]() óleo s/ tela, foto: acervo da artista |
![]() escultura em madeira, foto: Guilherme Nanes |
Os artistas permeiam tempos e espaços compondo um mosaico cultural brasileiro
Em comum, eles têm as mais diversas formas de arte como instrumento para codificar e revelar os universos que os originaram, cercam e movem, criando uma identidade cultural brasileira formada pelos diversos brasis que compõem o país. Veja aqui o perfil de cada artista participante da mostra.
A TRANSÄLIEN Abigail Campos Leal Aislan Pankararu Amanda Melo da Mota Carmézia Emiliano Coletivo Mato Grosso Coletivo Revolução Periférica Dalva de Barros Davi de Jesus do Nascimento |
Davi Pontes Denilson Baniwa Glicéria Tupinambá Grupo Ururay Gustavo Caboco João Cândido da Silva José Bezerra Julia Debasse |
Juliana dos Santos Juliana Xukuru Keila Sankofa Lidia Lisbôa Linga Acácio Luana Vitra Roberto Magalhães Sara Lana |
Cosmoverse Arkstra, 2020, (9’), conceito, direção e atuação: A TRANSÄLIEN
Panorama da arte e da cultura brasileiras
Passados cem anos da Semana de arte moderna, exposição mescla artistas, coletivos e agentes da cultura que não só se manifestam por meio de múltiplas linguagens, mas, sobretudo, apresentam obras e projetos realizados ou concluídos, em sua maioria, em 2022 – ou seja, no agora.
O ano de 2022 nasceu marcado pelos cem anos da Semana de arte moderna de 1922 – um dos mais importantes eventos para a arte e a cultura brasileira –, contudo as transformações sociais e culturais pelas quais passamos nos obrigam a manter os pés no presente. Por isso, além de celebrar o momento histórico, a exposição Um século de agora propõe expandir os horizontes e trazer narrativas que nos fazem refletir e confrontar hegemonias sustentadas há tanto tempo.
![]() colagem digital |
![]() fotografias impressas em Fine Art |
Nesta mostra, que traz uma curadoria compartilhada por três mulheres com diferentes trajetórias – Júlia Rebouças, Luciara Ribeiro e Naine Terena de Jesus –, apresentamos um panorama atual da arte e da cultura produzida no Brasil. São 25 agentes com vivências e experiências em territórios sociais, culturais, políticos e geográficos distintos, mas que, reunidos nos três andares da exposição, constroem uma mensagem unificada: a de que somos muitos e estamos aqui para escrever um novo século a partir de novos olhares.
Depois de trazer importantes exposições individuais de artistas visuais, o Itaú Cultural (IC) abre as portas para uma exposição coletiva de artistas e coletivos que não só se manifestam por meio de múltiplas linguagens, mas, sobretudo, apresentam obras e projetos realizados ou concluídos, em sua maioria, em 2022 – ou seja, no agora.
João Cândido em seu ateliê, em São Paulo.
'Liberdade e Harmonia', 2022, óleo s/ tela, foto: André Seiti / Itaú Cultural
Além da mostra que se desenvolve no espaço expositivo, o IC realiza outras ações no campo das artes visuais, como exposições virtuais e conteúdos digitais exclusivos, no site e na Enciclopédia Itaú Cultural.
Serviço
Mostra ‘Um Século de Agora’
Abertura: 17 de novembro, a partir das 20h
Visitação: 18 de novembro a 2 de abril de 2023
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h
Domingos e feriados das 11h às 19h
Curadoria: Júlia Rebouças, Luciara Ribeiro e Naine Terena de Jesus
Idealização e realização: Itaú Cultural
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 – próximo à estação de metrô Brigadeiro
Pisos 1, -1 e -2
Entrada: gratuita
Informações: pelo telefone (11) 2168-1777 e WhatsApp (11) 9 6383 1663
De terça-feira a domingo, das 10h às 18h.
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.