O Museu Histórico Nacional - MHN, que integra a rede Ibram no Rio de Janeiro (RJ), recebe três exposições do 6º Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas (2017-2018).
Criado em 2004, o prêmio já contemplou 30 artistas e três curadores com bolsas de trabalho para a produção de obras que circularam por várias cidades em exposições itinerantes.
No MHN o público poderá conhecer os trabalhos dos cinco artistas premiados nesta edição: Daniel Lannes (RJ), Fernando Lindote (SC), Jaime Lauriano (SP), Pedro Motta (MG) e Rochelle Costi (SP).
A exposição “Verzuimd Braziel – Brasil desamparado”, do curador premiado Josué Mattos, com trabalhos de outros 17 artistas, também estará em cartaz, assim como a mostra “A intenção e o gesto”, com obras do artista cearense Sérvulo Esmeraldo (1929-2017), homenageado dentro do projeto Arte e Indústria.
Com curadoria geral de Marcus Lontra, a 6ª edição do prêmio recebeu inscrições de 637 artistas e curadores de todas as regiões do Brasil.
Cada um dos cinco artistas vencedores recebe uma bolsa de R$ 50 mil para a produção de seus trabalhos, e o curador uma bolsa no valor de R$ 25 mil. As três exposições que chegam agora ao Museu Histórico Nacional já passaram por Brasília, Goiânia e Fortaleza.
As exposições podem ser visitadas até o dia 16 de setembro.
"Desvios”, 2007, Fotografia em duratrans montadas em back light, 200 x 110 x 45 cm, cada - total de 5 obras
foto: Isaias Martins
O Museu Histórico Nacional - MHN recebe a 6ª edição do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça. A ocasião é ainda mais especial por apresentar a intervenção elaborada pelo curador premiado Josué Mattos no módulo de história contemporânea do Brasil do circuito de exposição de longa duração do MHN - localizado no segundo andar do museu. Desse modo, a produção se estende para além do espaço das galerias de exposição temporária e promove o diálogo entre o acervo museu e outro universo de peças selecionadas, buscando assim novos olhares sobre a história do Brasil.
A cada nova edição do Prêmio, fica mais evidente como a interrogação sobre a sociedade em que vivemos se impõe à criação artística do nosso tempo. Os artistas e curadores contemporâneos confirmam, assim, o encontro marcado da arte com a história, demonstrando que a criação artística não consegue ser indiferente ao mundo social. Não é difícil constatar que as linguagens artísticas se renovam junto com a reflexão histórica, num diálogo compartilhado.
Certo é que não vivemos mais na época da pintura histórica e da arte cívica, que celebram a unidade nacional e buscam enquadrar a memória social numa grande narrativa que legitima as instituições sociais. Na arte contemporânea, os fatos sociais mais antigos e as referências tradicionais da arte servem como motivo para expressar um olhar que desordena visões estabelecidas sobre a ordem social, explorando as tensões entre passado e presente. Esse ponto de vista não pode faltar aos museus históricos do nosso tempo.
Paulo Knauss
Diretor do MHN
“A Imperatriz Antropófaga”, 2018, Óleo sobre tela, 200 x 200 cm, foto: Guilherme Ternes
“Do que é Impossível conter (depoisantes)”, 2018, Óleo sobre tela, 300 x 200 cm, foto: Guilherme Ternes
A 6ª edição do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça reafirma o compromisso da Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), de apoiar iniciativas que ampliem o acesso à arte, à cultura e ao conhecimento.
O Prêmio se estabeleceu como um importante instrumento para o desenvolvimento da arte contemporânea brasileira, por meio da concessão de bolsas de trabalho aos artistas vencedores, do acompanhamento deles por um crítico ou curador, e das exposições de seus trabalhos, que percorrem todas as regiões do país.
Em paralelo às exposições, com o objetivo de trazer à luz as ligações entre os campos da arte e da indústria, é realizado, desde 2014, o Projeto Arte e Indústria. A cada edição do Projeto, é homenageado um artista brasileiro cuja criação se relacione aos processos utilizados pela indústria. A arte contemporânea atua no campo da inovação e da criatividade a partir de dados do cotidiano. Essa operação reflexiva se faz fundamental para pensarmos em possíveis desenvolvimentos e soluções inovadoras no setor.
Pau-Brasil”, 2014, facsímile de "Pau-Brasil" (1925) de Oswald de Andrade, madeira pau-brasil, 16 x 13 x 26 cm, foto: Isaias Martins
Nesta edição, prestamos homenagem ao grande artista cearense Sérvulo Esmeraldo (1929-2017), cuja obra reflete a simbiose entre arte e indústria. O caráter concretista de seu trabalho e a utilização de materiais industriais aliados à luminosidade, ao humor e à leveza típicos dos trópicos explicitam o pensamento inovador tão necessário ao desenvolvimento da indústria.
Em agosto de 2017, foram anunciados os cinco artistas e o curador premiados nesta edição. A etapa de itinerância iniciou-se em Goiânia, passou por Fortaleza e, agora, chega ao Rio de Janeiro. Nesta cidade, o Museu Histórico Nacional recebe as exposições dos cinco artistas premiados – Daniel Lannes, Fernando Lindote, Jaime Lauriano, Pedro Motta e Rochelle Costi – e a exposição “Verzuimd Braziel (Brasil Desamparado)”, do curador premiado Josué Mattos, que propõe um diálogo com a exposição permanente do museu “Cidadania e Construção”, mostrando que arte contemporânea pode ser uma importante chave para acessarmos a história de nosso país e entendermos nosso presente.
O programa educativo promovido para as itinerâncias foi concebido com o objetivo de apoiar a incorporação da arte contemporânea na prática pedagógica dos professores. Tudo foi preparado coletivamente, mediante troca de experiências e conhecimentos com professores da Rede SESI, resultando na programação proposta para esta exposição.
O Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça é uma iniciativa bem-sucedida da indústria, que demonstra a importância da relação entre o setor e a atividade cultural. Estimula a produção artística, sua disseminação e a valorização da cultura nacional, fatores essenciais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A indústria muda a sociedade, a arte revoluciona o indivíduo; e as duas, juntas, podem transformar o país.
Robson Braga de Andrade
Presidente da CNI
Diretor do Departamento Nacional do SESI
Presidente do Conselho Nacional do SENAI
Jaime LaurIano - “Trabalho”, 2017, Calendários, camisetas, cartões postais, cédulas de dinheiro, cesto de lixo, escultura, porcelana, tapeçarias e quebra-cabeça); gravação a laser da lista de profissões com maior incidência de pessoas negras no Brasil; depoimentos que relatam o racismo estrutural no Brasil, 250x500x35cm., foto: acervo do artista
O Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça, agora em sua sexta edição, busca identificar, premiar e promover trajetórias artísticas, estimulando a produção contemporânea nacional e provocando a interação dessa produção com o desenvolvimento econômico e social do país.
A iniciativa é uma homenagem da indústria nacional a Marcantonio Vilaça, um dos principais responsáveis pela institucionalização e projeção internacional da arte contemporânea nacional. Colecionador e galerista, Marcantonio foi reconhecido como a principal referência do mercado latino-americano de arte nos anos 1990. E é em coerência com essa história que o prêmio se constitui uma ferramenta de apoio à difusão e à articulação da produção artística brasileira em toda a sua força e variedade expressiva.
Em suas cinco edições já foram premiados 25 artistas e dois curadores, cujas produções e reflexões percorreram todo o Brasil. A cada edição, o prêmio contempla cinco artistas, cujo trabalho é acompanhado por um crítico ou curador de arte. A partir da última edição (2015-2016), além de divulgar as obras dos artistas selecionados na mostra de abertura, a premiação também passou a reconhecer a trajetória de curadores, que recebem apoio para viabilização de uma exposição de sua autoria.
Daniel Lannes - “Turista”, 2015, Óleo e acrílica s/lona, 220x160cm, foto: Isaias Martins
Esta sexta edição do Prêmio contou com a participação de 637 artistas e curadores de todas as regiões do Brasil, numa representação abrangente e concreta da diversidade de produções e trajetórias do cenário artístico contemporâneo brasileiro, um painel simbólico das diferentes realidades nacionais, de suas reflexões e inquietações diante do nosso tempo.
O júri de seleção foi composto pelos curadores Cauê Alves, Jailton Moreira, Marcelo Campos, Moacir dos Anjos e Marcus de Lontra Costa, além de dois vencedores de edições anteriores –Divino Sobral, curador vencedor da quinta edição do Prêmio, e Lúcia Laguna, artista vencedora da segunda edição do Prêmio. Em suas análises, o grupo buscou responder a esse quadro complexo e diferenciado, refletindo nas suas decisões a diversidade estética e a variedade de suportes e técnicas representadas nos portfólios examinados e privilegiando a pesquisa, a inquietação e a criatividade que embasam a ação da arte da nossa época.
Os cinco artistas – Daniel Lannes, Fernando Lindote, Jayme Lauriano, Pedro Motta e Rochelle Costi – indicados pelo júri de premiação, composto pelos curadores Paulo Herkenhoff, Ricardo Rezende e Wagner Barja, além da artista Anna Bella Geiger e pelo curador do Prêmio, Marcus de Lontra Costa, compõem esta itinerância da exposição no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, que recebe também a mostra “Verzuimd Braziel” (Brasil Desamparado), resultado da proposta do curador Josué de Matos, vencedor do prêmio de curadoria. Em virtude da indiscutível importância do acervo desta instituição, o curador premiado decidiu ampliar a sua mostra estabelecendo um instigante diálogo entre os tempos e reflexões propostos pelas obras contemporâneas selecionadas e as peças exibidas pelo Museu.
Depois de passar por Goiânia, Fortaleza, e agora Rio de Janeiro, essas mostras seguirão para a cidade de Florianópolis, contribuindo assim para o principal objetivo do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas: valorizar a produção de arte contemporânea brasileira, difundindo-a pelas regiões do país, com o intuito de contribuir efetivamente para a formação cultural de diversas parcelas da sociedade brasileira.
Marcus de Lontra Costa
Curador da 6a edição do Prêmio Marcantonio Vilaça
Educativo
O Prêmio Marcantonio Vilaça também dá ênfase a um programa educativo realizado em paralelo às exposições, que contempla visitas mediadas, cursos, ateliês e ações poéticas direcionadas a diversos públicos – professores, estudantes e famílias. As visitas podem ser agendadas pelo telefone (21) 3299.0361 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Serviço
Exposições do 6º Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas (2017-2018)
Museu Histórico Nacional (MHN)
Praça Marechal Âncora s/n° - Centro - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 3299-0324 (Recepção)
Terça a Sexta-feira, das 10h às 17h30
Sábados, Domingos e Feriados, das 13h às 17h
Ingressos:
Inteira: R$ 10,00
Meia entrada:R$ 5,00
Pessoas com idade até 21 anos e a partir de 60 anos; Pessoas com deficiência e seu acompanhante; Estudantes de escolas particulares; Estudantes de universidades particulares e públicas;
As exposições temporárias poderão ter horários e valores de ingressos específicos.
Aos domingos a entrada é franca.
Gratuidade:
Crianças até dois anos de idade; Estudantes e professores das escolas públicas; Sócios do ICOM - International Council of Museum; Servidores do IBRAM e do IPHAN; Estudantes de Museologia; Guias de turismo; Artistas plásticos associados às organizações SINAP-ESP e AIP.
Anna Bella Geiger - “Pão Nosso de cada dia”, 1978, fotografia, 06 cartões postais fotográficos e saco de pão de papel pardo, aprox. 80x80cm